Não existimos no Vácuo!
A nossa pele e ossos sempre fizeram parte de complexas ecologias vivas.
O sagrado das nossas vísceras sempre se emocionou com o chão e as estrelas.
O labor de recuperar a sabedoria das relações multi e interespécies, baseada na humilde observação simbiótica e na responsabilidade recíproca, abre-nos a desaprender a ilusão de normalidade hierárquica e neutra. Abrindo espaço para co-aprender que os desafios actuais nunca se limitaram às alterações climáticas, à proliferação de combustíveis fósseis, ou uma economia instável.
Certamente que o cuidado e afecto do remembramento desta sabedoria caleidoscópica, biológica e relacional, diz-nos que os veículos eléctricos, a captura de CO2, as energias renováveis e a reciclagem doméstica, não são as respostas planetárias interseccionais necessárias aos problemas perversos que criámos e que relutante e apaticamente atravessamos.
Que abramos a lente da visão superficial e profundamente limitada.
Além do desafio de mudar de história e alterar a percepção, a crise é realmente relacional. Que tenhamos a coragem de expandir e descentrar a nossa identidade, afinidades e vínculos, pois tanto a espiritualidade como as nossas emoções sempre foram ecológicas e profundamente entrelaçadas com um mundo a fervilhar de vida.
👉 Referências
- Slide #1 Adaptado de Kanahus Manuel
- Slide #2 https://serpentedalua.com/psique-corpo-terra/
- Slide #3 Adaptado de Panu Pihkala aqui https://serpentedalua.com/mundos-vivos/
- Slide #4 Adaptado de Bridget McKenzie, expandido de Carbon Tunnel Vision de Jan Koniezko
Lista imperfeita e sempre em atualização da Carbon Tunnel Vision
Conceptualmente, a visão de túnel do carbono é uma visão limitada do mundo e das alterações climáticas, que se centra exclusivamente no CO2 ao abordar a degradação ambiental. Por outras palavras, é uma estratégia que persegue o objetivo importante de alcançar emissões líquidas nulas, mas não considera nenhuma das outras partes, paradoxos ou complexidades dos problemas e crises, o que evita e anula as adaptações e transformações regenerativas fundamentais.
Nas listas seguintes o que está sublinhado são as únicas coisas que vemos, tudo o resto está fora do campo de visão/ação.
Causas Sociais:
- Produção Industrial
- Mineração, Sobre-pesca, etc
- Expansão urbana e de estradas
- Pecuária Intensiva
- Exploração madeireira e incêndios florestais
- Proliferação de combustíveis fósseis
- Licença para Poluir
- Proliferação de Lixo
- Conflitos sobre “recursos” no Território
- Racismo Estrutural
- Acumulação de riqueza
Impacto na vida:
- Perda de acesso à água
- Fome
- Desigualdade bruta
- Perda do direito à terra
- Desadaptação
- Danos aos animais
- Extinção de espécies
- Economia instável
- Deslocação
- Saúde Pandemias
- Violência e destruição
Limites do Planeta:
- Acidificação dos oceanos
- Carga de aerossóis atmosféricos
- Empobrecimento do ozono estratosférico
- Novas entidades
- Alterações climáticas
- Integridade da biosfera
- Alterações do sistema terrestre
- Fluxos biogeoquímicos
- Utilização de água doce
Tácticas ocidentais/eurocêntricas:
- Regeneração de bioregiões
- Equidade sistémica
- Reparações
- Compensações de CO2
- Acções domésticas
- Veículos eléctricos
- Captura de CO2
- Energias renováveis
- Adaptação
- Biofilia sagrada
- Economia Circular
- Dietas vegetais
- Lei do Ecocídio
- Colaboração, Co-aprendizagem
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🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência.
Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.