Oração ao Ar que nos Compõe

{adaptado para o livro O Santuário, originalmente deste artigo}

Abrimo-nos ao ar que nos compõe.
Sentimos a sua textura.
A sua temperatura.
Sentimos a sua presença viva, a sua troca constante.
O ar que nos envolve dentro e fora.
Trazemos a nossa atenção carinhosa a este impulso bem primário.
De expandir e contrair os pulmões, o peito e as costas.
Sentimos como todo o nosso corpo se envolve neste movimento necessário e fundamental de nutrição.
Ganhamos espaço de conexão.
Respirar é este convite ao envolvimento, à reciprocidade e ao diálogo.
Respirar é algo que aquieta a mente e o coração. Sentimos a suavidade de estar.
Sentimos também a meteorologia interna, onde residem os nossos ventos mais intensos, as brisas suaves de primavera, mas também os furacões.
Como os ventos do exterior se conectam aos ventos internos: ao levante, ao suão, ao alísio.
Todos esses ventos que sopram de todas as direções trazendo notícias, mensagens e histórias. Ar quente e ar frio.
Conectamos a força do nosso ar através de cada uma das nossas células.
De quantas respirações é feito um vento…de quantos ventos são feitas as nossas respirações.

Honrando este pulsar de expansão e contração, de abertura e de fecho, em conexão ao eterno e constante movimento de abrir e fechar, sagramos o ar que partilhamos, o ar que saboreamos e cheiramos.

O ar que sentimos, o ar que somos dentro e fora.
Honrando este ar, este vento, este sopro, ligando-nos ao inspiratus ao grande vento da inspiração.

🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência. 

Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.