Mundos Vivos
“Somos muito mais do que o individualismo permite”
– Jürgen W. Kremer, PhD
Somos holobiontes, seres e laços de diversas relações ecossistémicas. Os valiosos parentescos vivos, multi e interespécies que somos, fazem-nos ser nuvem e rio, lagarta e flor. Mas também trovão e tremor de terra. Ventania e pedra. Estrelas e osso.
A linguagem ecológica é o idioma do corpo e da psique selvagem, tão vasta como pequena. Somos e tornamo-nos em conjunto.
Neste diagrama, adaptado de Panu Pihkala, percebemos o indivíduo como profundamente interligado e dependente (note como se sente com a inclusão deste conceito de dependência no corpo) de dimensões e factores que tanto o envolvem como “são em conjunto.” Camadas que se derramam e influenciam mutuamente, em complexos sistemas multidirecionais:
- Mundo-Vivo Cósmico e Geológico – a vastidão da ecologia cósmica e geológica que influencia directamente toda a vida. Pelas características ambientais comuns, como os padrões climáticos, geologia e tipo de vegetação encontrados em determinada região.
- Mundo-Vivo Interespécies – as complexas e múltiplas relações entre seres vivos e com os elementos do seu contexto como o solo, a água, a atmosfera…
- Mundo-Vivo Cultural – a variedade de mundo-visões e paradigmas culturais emergentes de lugares específicos e que viajam em corpos humanos em movimento. Cada cultura com os seus mitos, histórias, ritos, símbolos e práticas adaptadas e responsivas ao seu contexto ecológico e às mudanças sazonais e cataclísmicas.
- Mundo-Vivo Individual – desde o corpo biológico, à Alma ecológica e à Psique mítica, sempre em relação visceral e contacto directo com todas as camadas porosas descritas anteriormente. Seja por respirar, como por sonhar. Como laços ecológicos além de nunca sermos apenas uma coisa, nunca fomos sozinhos. A nossa existência e identidade são radicalmente relacionais e profundamente ecológicas.
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🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência.
Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.