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A gaiola do mais e mais
Há uma névoa do direito à indulgência e excepcionalismo que aprisiona o metabolismo neuroquímico moderno, viciando-nos em adormecimentos e dissociações.
De mais isto, mais aquilo, seja juventude eterna a comodidades de todas as formas e feitios, das materiais às espirituais. Mas esta fome voraz não sacia a alma, a intimidade ou as relações. Esta fome voraz não propicia espaço para o diálogo ou a reciprocidade. Só assim em presença e disponibilidade, num profundo compromisso e responsabilidade.
Enjaulamo-nos e tragamos tudo sem que nada nos nutra realmente.
O vazio grita e consome, mas mantém-se vazio. E nós cada vez mais longe, isolados, elevando as paredes da gaiola com mais e mais de tudo, mas acabamos por ficar sem nada. E se a liberdade fosse menos?
(Texto escrito sobre a vivência moderna do norte-global, para contextos de baixa intensidade)
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🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência.
Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.