Viver com o coração nas mãos

Oferenda.

Quando te doem as costas, oferece o teu coração.
Quando te sentes sobrecarregado semeia a tua alma.
Não há necessidade de respostas, pedidos, ou soluções.
Não há necessidade de listas ou técnicas.
As pistas paradoxais e ricas da própria vida mostram o caminho.
São passagens que honram os antigos sussurros da terra.
Raízes do cosmos, que só o coração conhece.

Caminhar pela vida com o coração nas mãos é uma tarefa arriscada.
A potencial vulnerabilidade ecoa no seu interior, deixando-nos nus.
Doridos.
A soluçar.
A única opção é a rendição.
Render à vida, à sua agência, soberania e antiga raiva.
Cada cicatriz que dói é um portal para um novo diálogo.
Cada ferida é um caminho original para o que emerge.

O coração murmura a chave para uma conversa profunda.
Basta ouvir.
Oferece o teu coração e ouve.
Não há controlo.
Leva o teu tempo.
Toca no silêncio.
Acolhe os ritmos do pluriverso.
Possibilidades.
Abre o teu coração.
Semeia a tua alma.
Em responsabilidade e inocência, alargamos a nossa visão.
Juntos.
Corações interligados e dedos cruzados.
Em tutela e pertença, oferecemos os nossos corações à terra.
Em presença e integridade, semeamos o cosmos.

Oferece-te.

🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência. 

Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.