Este livro da @serpentedalua é uma preciosidade, pela forma como intersecciona as grandes questões ambientais, culturais, sociais, políticas e espirituais do nosso tempo, que nos trouxeram ao abismo civilizacional em que nos encontramos.
É uma reflexão sobre a cultura da colonização, do patriarcado, do imperialismo, do extractivismo, sobre o controlo dos nossos corpos e das nossas almas, sobre a forma como fomos sendo domesticados, sobre a cisão traumática que fizemos com o selvagem. Mas é, acima de tudo, um convite a voltarmos ao nosso lugar, a partir de dentro, com a consciência da nossa ancestralidade, do território em que transitamos, das comunidades a que pertencemos, para assim sanarmos algumas das mutilações que sofremos e nos reconstruirmos a partir dos cacos da História. Sem dissociações da realidade, mas sim em presença profunda.
Um livro necessário, urgente, num país onde não é frequente haver muita informação nesta linha de pensamento tão integrado, visionário e assertivo. A Sofia Batalha, como pensadora, dá um importante contributo à roda universal de filósofas que, a partir dos seus próprios lugares no mundo, tão diferentes entre si, partilham um mesmo objectivo: a preservação da vida na Terra. Obrigado por isso, Sofia! Obrigado! Leiam, leiam, leiam!
A primeira edição do Pequeno Livro da Imanência esgotou…vem aí outra, revista e com alguns textos novos.
Grata a todos que se permitiram seguir este uivo!
Porque somos constantemente aprisionados a um ponto de vista binário, apenas entre certo e errado?
Porque esperamos que as regras e as normas nos resolvam tudo?
Como podemos enriquecer a nossa percepção linear?
Porque temos receio dos paradoxos?
De que forma o pensamento indígena nos pode ajudar?
O que é a Imanência e porque é tão importante resgatá-la?
Porque deixámos de sonhar ou imaginar?
Como podemos lidar com o Medo e encontrar os nossos propósitos?
Este livro é composto de duas partes.
A primeira resignifica o contexto cultural normativo actual, abrindo espaço a novas/antigas percepções.
A segunda traz reflexões e exercícios práticos para uma vida presente, inteira e significativa.
O propósito deste livro-convite é abrir-nos a pensar, decidir e agir, (re)encontrando a Alma, para além dos pressupostos culturais em que nos encontramos e resgatando a potente Imanência.
Em uníssono dinâmico com a Vida, a Terra e o Cosmos.
O meu objectivo não é trazer respostas, pois estas habitam onde fazemos as perguntas certas. O objectivo desta viagem é trazer perguntas, para que cada um de nós – na dimensão e contexto de vida – possa aceder à sabedoria interior.
O resgate da potente Imanência é feito com base nos pressupostos fundamentais da descolonização, da ecopsicologia, da psicologia transpessoal e da libertação, do valioso e complexo pensamento sistémico indígena, da ancestralidade, assim como da literacia do futuro e do animismo.
Parte de perspectivas ecológicas e descolonizadas nas suas implicações e práticas. Como humilde aprendiz e leitora de Tyson Yunkaporta, David Abram, Laura Sewall, Bayo Akomolafe, Vanessa Andreotti, Jürgen W. Kremer, Nick Totton, Thomas Berry, Mary Watkins, Charles Eisenstein e Bill Plotkin (entre muitos outros), de há alguns anos a esta parte, estes são temas que experiencio diariamente na minha vida pessoal, trabalho e investigações.
O Pequeno livro da Imanência
Novo livro de Sofia Batalha
Com prefácio de Maristela Barenco
Edição de Autor
Este é um convite a uma mudança de percepção sobre a realidade.
Uma recuperação e aprofundamento dos atributos sagrados da vida.
A imanência é antiga, mas amplamente esquecida.
Num sentido colonizado, tem uma qualidade inferior, como se fosse menor. Tem a ver com emaranhamento e interdependência, com um movimento secreto e vital de contínuo devir.
A imanência são texturas, emoções de experiências e prática, e tudo o que flui através do corpo até à Terra sagrada. Relaciona-se com uma realidade divina profundamente enraizada e elementar.