Se não estivesses tão deslumbrado pela modernidade

 

Se não estivesses tão deslumbrado pela modernidade

Seduzido pelo seu brilho químico

Ofuscado pelas suas promessas

Cego pelo seu ruído branco tecnológico

Exilado pelo seu silêncio ofuscante

Investido na sua linguagem de controle disfarçada de inocência

Preso pela sua imaginação asséptica e branca

Amputado pelas suas categorias brilhantes

Aniquilado pelo colapso da multiplicidade em nome da segurança

 

Talvez pudesses relembrar

Recordar

Evocar

Reviver

 

Todo o valor intrínseco da vida

O teu valor inerente

O significado inato de todos os seres

Como todos respiramos juntos

Inevitavelmente entrelaçados

Infalivelmente trançados

Consistentemente tecidos

Coletivamente incorporados

Inerentemente relacionados

Reciprocamente responsáveis uns pelos outros

 

Talvez pudéssemos juntar-nos à conversa da vida

Ouvindo as pedras

Aprendendo com as montanhas

Sentindo com as águas

Sonhando com as árvores

 

De novo…

 

🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência. 

Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.