(Des)Formação Eco-Mitologia com Sofia Batalha

A Decorrer!

Esta é uma peregrinação há muito sonhada e co-criada pelo território que me envolve.

Cartografamos a Alma ao mapear o Lugar.

Uma (des)formação totalmente ‘online’ ao longo de 9 semanas. Segundas das 18.30h às 20h.

Há muito que esta (des)formação me sonhava. Há muito que me impelia e rasgava. Esta é uma peregrinação visceralmente co-criada pelo território que me envolve. Cartografamos a Alma ao mapear o Lugar.

Uma (des)formação totalmente ‘online’ para cada um poder fazer o trabalho no seu próprio lugar.

 

Partimos de um chão profundo e animista, voltando à primeva senciência das estrelas, montanhas, árvores e águas, a consciência ecológica e cósmica que tece mitos e fertiliza sonhos. Contamos histórias de cheiros e texturas, contos de cores e sabores, narramos o vento e a temperatura. Cartografamos a pertença, enquanto monstros híbridos nos olham de volta.

Partimos do lugar onde a nossa psique é totalmente enredada com a ecologia mais-que-humana que nos circunda. Fissuramos a individualidade e reconhecemo-nos como holobiontes, seres compostos de diversas comunidades em simbiose. Trazemos as nossas muitas vozes, sem as querer uniformizar, aplacar ou tornar coerentes. Gentilmente tocamos na ferida sem a querer curar, mas escutando a sua sabedoria.

Trazemo-nos mesmo aqui, a este corpo, tempo e território, apesar do luto e da dor, sustemos e ancoramos o desdobramento da Vida.

Pretendemos inscenderao contrário de ascender, pretendemos voltar ao núcleo –, expandindo as práticas em reverência e revelação, as ancestrais e as emergentes, de ligação aos lugares, ao selvagem e ao corpo-alma, em responsabilidade e criatividade ecológica profunda.

Encontramos uma liberdade profunda na fractura de quem achávamos sermos, ao encontrar talismãs, elixires e encantos ancestrais, de sopro e toque, de memória e emergência. Re-escrevemo-nos enquanto o chão treme.

Para quem é esta (des)formação?

Convido um grupo de mamíferos, humanos, terapeutas, educadores e outros praticantes, para abrirmos um espaço pioneiro de práticas de ligação aos territórios, escutando a sabedoria mais-que-humana que sustenta a metamorfose e a transformação selvagem. Assim (re)criamos colectivamente territórios de responsabilidade e reciprocidade profunda nas práticas singulares de cada um.

Esta é uma convocação para nutrir a relação selvagem e recíproca entre o corpo, a mente e os lugares, aprofundando a relação com a memória ou a melodia da Alma Ecológica e da Psique Mítica. É um percurso para pessoas que se permitam sentir e ser desafiadas em humildade na sua identidade, realidade e forma de estar do dia a dia. Pretende por-nos em causa, para ser possível visionar diferentes possibilidades de ser e estar, singularmente e em comunidade.

Não é um curso de receitas ou formulações fechadas, mas um convite à (re)descoberta da valiosa sabedoria contextual de cada um. Sem prescrições genéricas de como partilhar ou praticar. Sem sobrecarga e inundação de directivas sobre como fazer, permitindo a transformação e a eco-vinculação.

Objetivos subjectivos da (des)formação

  • Criar um espaço de relação e oferenda através da sagrada mudança de perspectiva na íntima conexão aos lugares e no sagrar do corpo, nutrida singularmente pela imaginação selvagem.
  • Sustentar encontros inquietantes e regenerativos para as perguntas difíceis do nosso tempo – tanto as individuais como as colectivas.
  • Resgatar a diversidade e porosidade da identidade, em responsabilidade.
  • Mudar de perspectiva e percepção da identidade de individual para eco-sistémica.
  • Abraçar a hibridação de cada pensamento, sensação, emoção ou criação como um diálogo recíproco com o mais-que-humano.
  • Acolher a sazonalidade pessoal.
  • Recuperar ferramentas ancestrais e singulares de vínculo, co-regulação e pertença.
  • Cultivar de capacidade de resiliência e vulnerabilidade.
  • Recolectar dos vários tipos de inteligência instinto, intuição e razão. Assim como remembrar as várias camadas sensoriais.
  • Abrir à imaginação como activismo de presença e responsabilidade.
  • Regenerar a criatividade como processo terapêutico de conexão profunda.
  • Praticar a escuta e presença radicais – ouvir sem tentar responder, estar sem pressa ou expectativa.

Datas & Temas

Uma (des)formação totalmente ‘online’ ao longo de 9 semanas. O formato ‘online’ é essencial para todos estarmos no nosso Lugar e assim devotar-lhe atenção ao longo das sessões. Segundas das 18.30h às 20h.

Apesar das sessões serem gravadas, a premissa fundamental é presença síncrona em cada uma.

Abarca a eco-mitologia e ecopsicologia, eco-espiritualidade, pensamento animista sistémico e complexidade, a decolonização, antigas práticas rituais de conexão e múltiplas formas de arte.

Este programa inclui uma sessão privada comigo onde aprofundaremos a tua visão do trabalho e pesquisa da Eco-Mitologia, durante esta sessão, podemos fazer um brainstorming, aprofundar uma ideia específica ou explorar formas adicionais de trabalhar com as suas próprias práticas.

Programa

Sessão 1 – Labirinto de Lama

Sessão 2 – Águas Míticas

Sessão 3 – A Velha das Montanhas

Sessão 4 – Florestas Arcanas

Sessão 5 – Jardins Silvestres

Sessão 6 – Desertos Fractais

Sessão 7 – O Fruto da Gruta

Sessão 8 – Iniciação do Pântano

Sessão 9 – Sabedoria Primeva das Plêiades

Susana Cravo - Fundadora Kutsaka

O trabalho da Sofia é único e essencial para os tempos que vivemos. A Sofia é para mim a única em Portugal e das poucas dos Autores que sigo, que com muita sabedoria, nos ajuda a resgatar e “mapear” património esquecido, negligenciado e mutilado.
Reconheço-lhe ainda a coragem para este sacro-ofício, que não é glamoroso nem atrativo, quer para a indústria do desenvolvimento pessoal, quer para a cultura de progresso e “bem-estar.
Que possamos continuar a contar com o precioso contributo dela, que nos ajuda a navegar com maior entrega e robustez pela complexidade e turbulência.

Jacqueline Kurios, PhD

Sofia convida-nos, a nós modernos, a reconsiderar a nossa relação com a paisagem viva. O convite é um gesto profundo de recuperação da alma, pois as ideologias de negação subjacentes à modernidade não dão crédito a tais histórias; não há visão, afeto ou possibilidade de participação com o mundo não humano ou com as dimensões espirituais que unem todos os mundos. As nossas almas anseiam por percorrer conscientemente as intrincadas teias de relações intersubjectivas que tecem a coerência a partir do caos, enquanto à nossa volta lateja uma ânsia mútua de atenção e vivacidade. Estas histórias estão enraizadas aqui.

Ana Alpande

Encontrei nestas páginas o elixir da velha, que abre a visão aos mistérios da vida e do território, relembrando, apesar dos séculos de esquecimento, que somos teia viva: relacional, orgânica, química, mítica e biológica. Confesso que a minha alma tem sede destas leituras disruptoras, que estimulam os circuitos neurais a viagens mais inclusivas e cumpridoras das várias inteligências que temos, tantas delas preciosamente mais-que-humanas.

Fabrice DuBosc - Psicanalista, Autor. Itália

Sofia Batalha escreve com uma dor tão urgente, furiosa e terna pelo estado do planeta, compostando e transmutando velhas cartografias onde os monstros híbridos fazem sentido. A autora reelabora o mito para traçar caminhos metabólicos sensuais de solidariedade na incerteza da nossa situação. A sua solidariedade sensorial com as convulsões da Terra e a metacrise das capacidades humanas é um contributo precioso para o Santuário de narrativas emergentes que podem oferecer sabedoria e culturas alargadas às gerações futuras no fim do mundo tal como o conhecemos. Um santuário de parentesco transcontextual – em sintonia fina com a pluralidade animada da narração de histórias.

Karmit Even Zur

Sofia Batalha lembra-nos, da forma mais visceral, que ser humano é um ato participativo contínuo de pensar-sentir no lugar.
As palavras de Sofia fluem com a facilidade de um riacho borbulhante e tornam agradável o passeio ao longo dos muitos pontos de vista e perspectivas que oferece nesta viagem ao tecido da psique ibérica ocidental; dou por mim a tornar-me parte animal, parte deus, parte rocha, à medida que nos movemos através destes territórios psicofísicos.

Melinda Reidinger - Ph.D., The White Deer: Ecospirituality and the Mythic (RITONA, 2023). EUA

A prosa é poesia; a poesia é filosofia; a investigação é oração (e vice-versa) – e todo o “livro-amuleto” é um encantamento que nos convida a recordar o que perdemos e o que ainda podemos encontrar quando suavizamos as nossas identidades na terra, na água e no céu. Batalha recorda-nos que a nossa psique é fractal e que a imanência se encontra nos verbos – que desdobram incessantemente as suas acções numa profusão complexa – e convida-nos a regressar a um mundo que sempre foi nosso e no qual podemos participar na dança.

Daniela Kato - Ph.D.

Uma viagem maravilhosa num tempo profundo e não linear através dos mitos, contos, histórias e forças elementares que moldaram as paisagens ibéricas. Meticulosamente investigado e primorosamente escrito, é uma leitura simultaneamente reconfortante e inquietante que transformará para sempre a nossa perceção de quem somos e onde estamos enraizados enquanto comunidade multiespécie.

Samuel F. Pimenta - Escritor e Activista

Já o fiz noutras ocasiões e gostaria de o reforçar: o trabalho que a Sofia Batalha desenvolve é das coisas mais valiosas com que me cruzei nos últimos anos, partindo do que há de mais ancestral na cultura portuguesa, colocando-o em diálogo com outros pensadores e pensadoras internacionais e dando pistas de como criarmos alternativas ao sistema necro-capitalista que se impôs sobre nós. Para mim, é das pensadoras portuguesas fundamentais deste tempo em que vivemos, pela coragem das perguntas que faz e pela interseccionalidade com que aborda todas as questões que levanta. Mas deixo o aviso: se vão à procura do pensamento racional cartesiano – que apesar de ter o seu lugar, se tornou tão dominante que nos sufoca -, não é isso que vão encontrar. A proposta da Sofia é outra. E ela faz jus ao nome que tem.

Pegi Eyers - Ancient Spirit Rising: Reclaiming Your Roots & Restoring Earth Community, Canadá

Recuperar o nosso eco-self é o trabalho mais importante do nosso tempo, e libertarmo-nos da psique moderna dissociada é essencial. Com a sua prosa brilhante, a sua erudição e a sua mitopoética, Sofia Batalha tem sido um dos nossos principais guias neste processo.

Sofia descreve a amnésia e a disfunção da colonialidade em grande pormenor e, ao colocar em primeiro plano as histórias e paisagens sagradas de Portugal, descobre os “frágeis fragmentos remanescentes de uma psique europeia responsável e recíproca”. Em síntese com formas antigas de conhecimento e metodologias indígenas em todo o mundo, Sofia introduz modalidades novas/antigas para viver, tais como a “fenda da psykhē mítica”, a “emergência do corpo presente” e o “portal da terra sagrada”.

Patrícia Rosa-Mendes - A Espera da Loba, A Menopausa como Portal Iniciatório.

Vivemos numa era de perda incomensurável, a tantos níveis; uma era em que a Vida está profundamente ameaçada na sua diversidade. Todos os que habitam esta Terra-Casa, todos os seres, em todos os reinos, nas suas miríades de formas, estão subitamente tão frágeis, ameaçados pela doença que tem vindo a infetar os seres humanos, cegando-os com arrogância e ignorância. Os contornos desta era são míticos e as suas consequências são épicas. Sofia desperta-nos para este mistério que nos tem passado despercebido, mas que nos é tão familiar. Uma história nunca é apenas uma história, e uma paisagem não é uma paisagem de todo. Aprender com a Sofia é descer à terra e ganhar outra perspetiva; olhar para dentro e encontrar o cosmos; desdobrar-se, expandir-se, espalhar-se e entregar-se à Vida.

🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência. 

Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.