A urgência que trago no peito

A urgência que trago no peito

A que me faz caminhar silenciosamente devagar

É incompreensível para alguns

Pela sua intensidade muda

~

O ruído da raiva que ecoa pelo meu corpo poroso

Incomoda outros tantos

Pela densidade e rugido surdo

~

A articulação do luto colectivo que ancoro

Afecta quem se identifica com a separação do hiper-individualismo, numa identidade que sente ter de controlar

~

As dores entrançadas nas minhas palavras

Ancoradas no amor, exaustão e encantamento

Abrem feridas na apatia e inocência privilegiada

Rasgando buracos de zangada negação

Desconcertam

Derramam

~

Mas aqui

Nos corpos que sentem

É um alívio ressoar com as partilhas fundas

Aqui não precisamos de engolir os uivos

Podemos abraçar-nos de novo

E de novo

E de novo

🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência. 

Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.