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A Psique Mítica como prática de escuta porosa

O território vivo do Activismo Eco-Mítico

 

A Psique Mítica não é uma coleção de símbolos exóticos, nem um arquivo de histórias antigas a serem interpretadas. É uma qualidade de atenção. Um modo de escuta arcaico e relacional que acolhe o mundo não a partir da separação, mas da porosidade encantada. A Psique Mítica ajuda-nos a perceber a textura viva desta complexidade, arracional e porosa. Expressa-se por formas de conhecimento onde o sagrado e o ecológico se tocam. Pois os mitos, são pontes de parentesco com o não-humano. Ligam-nos à terra, aos ancestrais, aos ritmos do mundo vivo. São formas de estar em relação.

A Psique Mítica vive no entre, entre o racional e o irracional, entre o conhecido e o indizível, entre o visível e o intuído. Liga e evoca. Não procura explicação ou resolução.

Quando nos abrimos à sua frequência, ao seu fascínio, deixamos de tentar compreender a realidade como um sistema lógico a decifrar, e passamos a senti-la como uma tapeçaria vibrante de conexões em fluxo. Em rasgões de significado e sinais que pedem participação sem tradução. Encantamentos que nos chamam a co-habitar uma teia de sentido não-humano, não verbal, incoerentemente viva.

A Alma Ecológica, o campo vivo e indomesticável de relação, não responde a análises lineares. Move-se viva em posturas de entrega sensível, onde o corpo e a imaginação se tornam peles e ossos enraizados. Trespassa o “lado errado” da encruzilhada, evitado pelas cartografias modernas, onde o parentesco transcontextual pode finalmente ser tocado.

Estas camadas não se distinguem realmente e não seguem uma ordem linear. Estão sempre a acontecer ao mesmo tempo, entrelaçadas, cruzando ritmos, sedimentos e profundidades.

Este é o território vivo do Activismo Eco-Mítico. Aqui, mitologia, psicologia e ecologia deixam de ser compartimentos. Tornam-se fertilizações mútuas, onde a linguagem é dança, o silêncio narrativa, e o mundo se torna uma teia de relação ativa com o mistério. O Activismo Eco-Mítico não é um método. É um convite a atravessar a ecologia do próprio corpo poroso em encontro direto com os lugares vivos, em escuta do mundo que nos sustenta, não como cenário, mas como parente. É aqui onde a Alma Ecológica nos espera com as suas memórias antigas e futuras.

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