A Mulher da terra quente
A Mulher da terra quente revolve-se
Revolta-se
Contorce-se
Ela dança no fogo sagrado
As chamas lambem-lhe a pele
Os pés no chão não se queimam
Pisam com força
Pulsam
Tocam
A Mulher da terra quente uiva
O seu eco ouve-se a milénios de distância
As suas vísceras retorcem-se em raiva sagrada
Mãos no chão
Peito na terra
A Mulher da terra quente chama
Ouve
Canta
A Mulher da terra quente entrega-se
Deleita-se
Derrama-se
Berra
A Mulher da Terra quente habita no teu coração
E a cada pulsar pergunta-te
Como te entregas?
🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência.
Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.