Sofia Batalha, a autora

Coleção Casa Simbólica

Uma Casa Feliz

Curso Lugar Simbólico

Na abordagem de feng shui intuitivo surge um conceito que não existe no método tradicional, que é a casa como metáfora. Casa como extensão expressão das crenças, das emoções, das experiências, do eu de cada habitante. A casa representa-nos, a casa é uma extensão de nós.

O que fazemos na casa é no geral mais inconsciente do que consciente.

Pode ser também, é claro, uma vivência puramente prática. Muitas vezes perdemos a conexão com o que vamos expressando na casa. A questão é que a casa representa-nos, encarna e expressa o nosso ser total, as sombras, os medos, as indecisões, mas também as alegrias, os dons e talentos naturais, todos os dogmas e todas e crenças. Demonstra a totalidade de quem somos, sem que os habitantes tenham esta consciência, pelo menos de uma forma total.

Claro que as casas onde habita mais do que uma pessoa reflectem a vibração dos vários habitantes, uns mais, outros menos.

Segundo este conceito e dentro do método intuitivo contemporâneo e ocidental, é importante ter consciência que quando agimos fisicamente na casa estamos a agir em nós, agindo directamente sob o tecido da nossa realidade. Portanto, cada vez que decidimos limpar uma gaveta, arranjar um armário, deitar uma parede abaixo, pintar uma divisão ou mesmo simplesmente fazer a cama, estamos a agir em nós e na realidade mais essencial.

As casas estão sem dúvida ligadas a nós e às nossas expressões mais intrínsecas e profundas, são de facto espaços psicoactivos.

Claro que quando não escolhemos activamente a nossa casa, pomos todas estas questões na gaveta, “Isso é tudo muito bonito, mas não escolhi a casa onde vivo”, ou “Eu nem gosto da minha casa”.
Quando não escolhemos a nossa casa de uma forma activa, tendemos a achar que ela não nos representa. No entanto, é importante perceber que existem escolhas activas e escolhas passivas. As escolhas activas são quando encontramos espaço e sentimos “Esta é mesmo a minha casa”. As escolhas passivas são quando somos empurrados para um espaço por ser mais simples ou mais barato, como a casa que a tia nos aluga por um valor baixo, ou manter-nos na casa dos pais por ser mais simples. Quer queiramos assumir racionalmente ou não as escolhas passivas, são também elas escolhas, também contam e também nos representam.