👉 Porque deixei de “dar formação”

Ao longo dos últimos quase vinte anos achei que dava formação. Em particular criei, organizei e estruturei muitos conteúdos em palestras, workshops, aulas curriculares, assim como consultas, à volta dos temas de casa e lugar. E sim, de facto dei muito, partilhei generosamente sobre a minha prática, investigação e experiencia. Sempre o tentei fazer de forma “objectiva,” e prática, com a expectativa de abrir outros espaços e ligações na experiência individual de cada um, na ideia de que mais um grão de areia poderia contribuir para algo.

Aos longo destes quase vinte anos também resgatei partes de mim que tinham ficado para trás, partes que fazem parte da minha integridade e responsabilidade.

👉 Recordei que a sabedoria não é cumulativa, mas uma metamorfose viva e primal. Aprender é multidimensional e multidirecional.
👉 Relembrei que não são as técnicas, modelos ou receitas que nos que dão “as soluções”, mas a própria devoção à Vida.
👉 Se não transformamos é porque não estamos realmente a aprender.
👉 Aprendi que aprender é uma rede dinâmica de percursos que desafiam os nossos lugares-comuns e que falhar não é opcional.
👉 Esta peregrinação trouxe-me ao precioso lugar do reconhecimento de que a aprendizagem não é nem individual, nem apenas humana, mas relacional, contextual e comunitária e em integridade profunda com a ecologia que nos circunda.

Então, sim, deixei de dar formação, e muitos menos certificados de “auto-desenvolvimento” ou “espiritualidade”.

❤️ Dedico-me sim à deformação e desformatação, num caminho devocional orgânico de voltar em imanência e de diálogo mais que humano. Em responsabilidade profunda bailamos pela metamorfose que é a Vida em todas as suas cambiantes e acedemos aos seus lugares mais fundos, potentes e frágeis.
❤️ (Des)formamos para que nos encontremos de novo.

🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência. 

Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.