Livros-chão

Livros-chão

Livros-Chão Aqui listo os livros que me têm chegado. São tanto chão como desafio, tanto colo como desconcertantes. Livros que abrem e ancoram, livros que dão voz ao silêncio e aos gritos surdos. Faltam muitos nesta lista, e faltam ainda os artigos académicos.🌳...

A Menina Cabra – Belinda e Benilde

A Menina Cabra – Belinda e Benilde

Celebração dos 2 anos do lançamento do livro "Contos da Serpente e da Lua" Ilustrações de Carolina Mandrágora Prefácio de Élia Gonçalves Edições MahatmaTEMPO DE LEITURA - 15 MINUTOSPARTE I - O Conto - A Menina Cabra - Belinda e Benilde PARTE II - O que Encanta o Conto...

Trauma e Lugar

Trauma e Lugar

Ler também: Arquétipos na Ecopsicologia Doze tipos de Ansiedade Climática Os Deuses da Modernidade Reflexão, Dispersão, Difração, Refração Icebergue num Alguidar & Psique de Plástico Ideologia ESCAPE Investigação-Oração Trauma e Lugar Trauma e Lugar Não temos...

O Fervilhar

O Fervilhar

O Fervilhar Há um fervilhar  Uma ebulição arcana Como o ruído branco do próprio universo Uma efervescência contínua de devir Mesmo aqui debaixo dos pés Um fervor que faz o micélio crescer ao ritmo de batidas dançantes Um enxame que uiva com o vento Uma memória onírica...

A Benção das Aranhas

A Benção das Aranhas

A Benção das Aranhas {tecelagem profética colectiva} A jovem mulher navega por um rio sinuoso e apertado, num fluxo intemporal. A floresta tropical que circunda a água corrente é densa e ela não consegue ver muito para além das margens. De pé, numa canoa, segue rio...

Ideologia de E-S-C-A-P-E

Ideologia de E-S-C-A-P-E

Ler também: Arquétipos na Ecopsicologia Doze tipos de Ansiedade Climática Os Deuses da Modernidade Reflexão, Dispersão, Difração, Refração Icebergue num Alguidar & Psique de Plástico Ideologia ESCAPE Investigação-Oração Trauma e Lugar Ideologia de E-S-C-A-P-E...

Aos longo destes quase vinte anos também resgatei partes de mim que tinham ficado para trás, partes que fazem parte da minha integridade e responsabilidade.
👉 Recordei que a sabedoria não é cumulativa, mas uma metamorfose viva e primal. Aprender é multidimensional e multidirecional.
👉 Relembrei que não são as técnicas, modelos ou receitas que nos que dão “as soluções”, mas a própria devoção à Vida.
👉 Se não transformamos é porque não estamos realmente a aprender.
👉 Aprendi que aprender é uma rede dinâmica de percursos que desafiam os nossos lugares-comuns e que falhar não é opcional.
👉 Esta peregrinação trouxe-me ao precioso lugar do reconhecimento de que a aprendizagem não é nem individual, nem apenas humana, mas relacional, contextual e comunitária e em integridade profunda com a ecologia que nos circunda.

Então, sim, deixei de dar formação, e muitos menos certificados de “auto-desenvolvimento” ou “espiritualidade”.

 

❤️ Dedico-me sim à (des)formação e desformatação, num caminho devocional e orgânico de voltar em imanência e de diálogo mais que humano. Em responsabilidade profunda bailamos pela metamorfose que é a Vida em todas as suas cambiantes e acedemos aos seus lugares mais fundos, potentes e frágeis.
❤️ (Des)formamos para que nos encontremos de novo. Formamos chão.

Relógios na Casa: Simbologias e Influências

 

É um facto: todos temos relógios na casa, certo? A verdade é que são úteis, mas também objetos fascinantes, visualmente e simbolicamente falando. Além disso, são, como referimos, de presenças indiscutíveis numa casa, nas suas mais variadas formas. Quanto à sua forma, estes contadores de tempo são variados – ser um relógio de pulso, de bolso, de parede, do avô, de cuco, de pé, de sol, com pêndulo, digital, despertador, ampulheta, um cronómetro de cozinha, entre muitos outros.

Mais: pode até estar codificado em arte e imagens numa casa. Nestes casos, mesmo não tendo o mecanismo de contar o tempo, mantém-se o seu simbolismo, obviamente. É o caso dos relógios derretidos de Salvador Dali ou das muitas imagens (em quadros e fotografias) de cidades com as suas torres com relógios, entre outros.

 

A marcação do tempo

Primeiramente, a marcação de tempo era feita pela lua e pelas estações, pois eram mudanças fáceis de observar e sentir. Desde então, evoluímos para versões artificiais e que marcam o tempo de maneira mais precisa – ao minuto, segundo e chegando mesmo ao milissegundo!

Nesse sentido, um relógio marca um início e um fim. Representa um tempo finito ou incremental. Logo, esta máquina é vista muitas vezes como impiedosa e imparável. Hoje em dia, vivemos na era da tecnologia, da informação e os relógios dominam a nossa rotina. Assim sendo, basta ver como os relógios marcam o tempo, os horários, mas também a calendarização urbana, os negócios e a vida do homem moderno. Somos tão dependentes, que além dos relógios na casa, (quase) todos temos um, no pulso ou no telemóvel.

Somos escravos do tempo. Perdemos o eterno e infinito presente.

O simbolismo do relógio

Quanto ao simbolismo, o relógio remete para uma sensação de pressão de tempo. Logo, se esse significado ressoa, pode indicar a necessidade de se permitir dar o presente do tempo. Refiro-me ao tempo livre, eterno e completo. Nestes casos, é também uma lembrança de que o tempo é um recurso limitado e que deve ser (bem) usado, com sabedoria. O relógio pode ser ainda um sinal de que se sente sobrecarregado na vida, com a agenda demasiado cheia e os dias atarefados.

De seguida, encontrará listadas outras das simbologias dos relógios:

  • Tempo
  • Encarceramento (literal ou metafórico)
  • Um momento especial
  • Memórias e heranças
  • Vida ou mortalidade
  • Existência
  • Infinito
  • Estrutura
  • Estabilidade

De modo geral, um relógio simboliza a vida e a morte. O tempo nunca pára e tendemos a esquecê-lo. É um facto: um dia, o tempo alcançar-nos-á e a nossa curta passagem por aqui terminará.

Os relógios parados

Nos relógios na casa, temos também os que estão parados, seja por falta de pilha ou sem corda. Seja porque deixaram de funcionar, incapazes de marcar a passagem transformadora do tempo. Neste sentido, os relógios parados param simbolicamente o tempo, deixando de haver fluxo e movimento.

Joseph Campbell escreveu sobre a perda do mostrador circular do relógio tradicional para a versão digital, como uma grande perda na nossa cultura num nível subtil. Segundo ele, a versão tradicionalmente numerada continha o tempo cíclico. Logo, estava presente a ideia de que haveria outro amanhã, outro meio-dia, outra meia-noite, outro verão, outra primavera.

O tempo é eterno e em constante renovação

Os relógios na casa vs o tempo na Casa

Há várias formas de  analisar como o tempo e os relógios são vividos na casa. Aqui ficam alguns exemplos: seja através de coleções de relógios, relógios herdados ou o uso de mostradores digitais. Como em tudo, é importante que haja um equilíbrio.

Uma casa não deve estar cheia de relógios e, os que existam, devem estar funcionais ou, pelo menos, com a hipótese de serem colocados a funcionar de novo. Os relógios estragados aprisionam-nos num determinado padrão.

Por um lado, não queremos que o valioso tempo nos fuja; por outro, também não queremos que ele estagne, impedindo-nos de avançar de forma livre e fluída.

Algumas ideias sobre como usar os relógios na casa:

  • Os relógios tradicionais de mostrador circular, com o seu mecanismo em dança perpétua, ativam os locais onde se encontram, graças ao seu ritmo e movimento. Por esta razão, devem ser colocados em espaço ativos e diurnos, tal como numa sala ou cozinha.
  • Numa casa, evite ter apenas relógios digitais. Estes dão-nos uma leitura de tempo linear e demasiado acelerada – para além de contribuírem para a poluição eletromagnética dos locais que habitamos.
  • Nos quartos, deve evitar os relógios e, assim, promover um descanso profundo. Deste modo, o tempo de sono não será cronometrado, sendo mais presente e infinito e, desta forma, profundamente reparador.
  • Um a três relógios na casa é suficiente para que não nos tornemos escravos do tempo.

 

Artigo publicado na Revista Vento e Água – Feng Shui Lifestyle, número 10.

🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência. 

Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.