Contos da Serpente e da Lua

23,00 

Autografado pela autora

Ilustrações de Carolina Mandrágora

Prefácio de Élia Gonçalves

Edições Mahatma

Este livro e as suas histórias, é uma expressão de muitos lugares. 

Sete contos vivos das paisagens profundas e da memória dos ossos.

Histórias de lugares antigos da primeva e selvagem Alma Feminina.

Categoria:

São sete contos de paisagens onde as mulheres não foram drasticamente obrigadas a esquecer a sua soberania, não foram violentadas, raptadas ou levadas à força. Aqui caminhamos deliberadamente numa paisagem mítica, feminina e ctónica, em intimidade visceral com as profundezas sagradas da terra, numa peregrinação imanente.

Os Contos da Serpente e da Lua seguem os princípios profundos da vivência xamânica e animista, sendo fabulações imaginadas e criativas de contos do lugar e dos ossos, segundo perspectivas ancestrais.

Algumas destas histórias chegaram-me através de sonhos que me aventurei a contar e a escrever. Outras foram recriações imaginadas de vários elementos míticos, desde contos dos lugares deste território e a sua simbologia nativa, até a fabulações de outros contos como o Capuchinho Vermelho ou a Cinderela.

Estes contos vivos foram-me oferecidos,
ofereci-os às minhas filhas e agora a quem os lê.

Saber mais aqui

Nutrir estas histórias e os seus contextos não foi um processo académico, ou uma investigação laboratorial, linear ou clássica.

Este resgate é uma viagem sensorial, de conexão fractal, caleidoscópica e dendrítica, tanto cósmica como telúrica, abrindo espaço por entre dogmas e expectativas culturais, tateando texturas e sentires.

São contos resgatados através e pelo corpo, em movimento espontâneo, orgânico e vivo, descobrindo paisagens esquecidas, exiladas, mutiladas ou mesmo negligenciadas.

Nestas fabulações míticas a arcaica geografia da morte é naturalmente incluída como parte inerente da vida, tal como as paisagens de transição, incerteza e vulnerabilidade e os territórios desconhecidos, tanto os invisíveis e mesmo os perigosos, como os nossos ancestrais tão bem sabiam.

Estive a trabalhar intensivamente para as ilustrações do novo livro da @serpentedalua ! Foram todas desenhadas a impressas a linóleo.

Só agradeço à Sofia pelo convite, pela confiança total no meu mergulho, interpretação e expressão de cada conto que ela recebeu. A Sofia recorda-me sempre de que nada é inteiramente de ninguém, que o trabalho é todo e sempre para o mesmo, então que como teia todos temos sempre algo valioso acrescentar e a trazer também.

Ler estes contos foi uma viagem completa à nossa ancestralidade, ao subconsciente coletivo e da terra. Fizeram-me sonhar tanto, porque me desenterraram tantos símbolos, que as minhas noites ficaram ainda mais vivas. A capacidade da Sofia de trazer esta informação simbólica até as palavras e de levar cada palavra até à memória dos nossos ossos é admirável!
Obrigada, uma vez mais.
Estou feliz pela oportunidade de partilhar convosco a minha visão e traço neste livro, que só tem um potencial gigante!

Posters com as ilustrações para VENDA aqui!

Carolina Mandrágora

Ilustradora

Coube-me o privilégio, mas também a responsabilidade, de fazer a apresentação dos Contos da Serpente e da Lua, no seu lançamento. Uma tarefa difícil, pois como referi à Sofia, este livro remete-me ao silêncio. A um silêncio antigo, do tempo das mais remotas pedras destas paisagens.

As estórias, as mitologias, não são simplesmente “contadas”. Elas são guardiãs dos tempos e das estações, das culturas e do sagrado. Elas são guias e espíritos do próprio lugar. Não há nenhuma personagem de uma estória que não seja, ao mesmo tempo, uma identidade vinda desse lugar da Alma do mundo, os tais Outros, os Antigos, os não humanos (ainda que humanos possam ser).

As estórias da Sofia são estórias da nossa psique. Senti-as na pele, como uma ressonância ancestral que me ecoava nos poros. Lia-as pela primeira vez, mas conhecia-as, como aos seus caldeirões, xailes, máscaras, serras e pedras. É um livro que vai à chamada memória dos ossos, com toda a crueza, beleza e implacabilidade de uma boa narrativa mítica.

Para além do tanto que vem a seguir, com a sabedoria daquela que carrega o nome, Sofia, onde estes elementos são vistos e integrados nas suas variadas formas.

Este livro Re-membra-nos, como uma tecelagem oriunda da Alma Feminina. Com espanto e aceitação, silêncios e pausas para integrar sabedorias que nos pertencem, mas que nunca passaram pela mente, de tão antigas que são.

“O que quero trazer é que a imaginação nunca residiu apenas dentro das nossas cabeças, mas por todo o corpo, num diálogo e relação profunda com todo o cosmos.” Sofia Batalha

Élia Gonçalves

Psicóloga e Autora

Recomendação de livro:

Os contos da Serpente e da Lua surpreenderam-me.

Este livro leva-nos a viajar pelos contos que Sofia Batalha criou mas também pelos contos que vivem dentro de nós e que querem ser contados. Aliás, é isso mesmo que a autora nos desafia a fazer. Está muito bem escrito e também deliciosamente ilustrado pela Carolina Mandrágora. Espreitem lá para dentro e se gostarem, atrevam-se a entrar.

Anónimo

Recomendo muito a leitura deste livro, profundamente enraizado na tradição portuguesa, dando corpo a mitos ficcionados tão vitais que parece que existem há muito muito tempo (e na realidade existem). Aqui os mitos, a ancestralidade, a memória, o mistério e a magia são raiz identitária, de poder e de soberania, verdadeiros fios de Ariadne para o âmago da cultura portuguesa, mas também para o território e para o espírito, sob uma perspectiva despida da lógica patriarcal, com protagonistas femininas.
As histórias são um elemento de construção pessoal e colectiva. Nesse sentido, uma das propostas deste livro é a ideia de que os mitos e as histórias são centrais na promoção da ecologia. Para mim a relação é óbvia. Tal como os movimentos indígenas americanos se sustentam nos seus mitos para proteger o seu território da avidez capitalista, também aqui na Europa podemos fazer esse caminho. Tendo em conta a hegemonia do pensamento racional e materialista por cá, muito há a fazer para integrar outro tipo de pensamento. Este livro da Sofia Batalha é um importante contributo nesse sentido. Parabéns, @serpentedalua! É um privilégio ler-te!

Samuel F. Pimenta

Escritor e Activista

(A) Sofia Batalha no seu conto O Manto Vermelho apresenta-nos uma recriação imaginária e mítica da fábula, recorrendo a elementos arcaicos e práticas antigas, xamânicas e sagradas praticadas na Península Ibérica em tempos idos. Ela vai a fundo na investigação destas práticas (e no livro Contos da Serpente e da Lua, reserva-nos até um capítulo à parte no final de cada conto onde é desvenda a simbologia associada a cada elemento).
As suas ideias são profundas, mas fluem sem esforço. O Manto Vermelho convida-nos perdidamente a sermos o que (ainda) não somos. Escrita encantatória, a raiar o que se imagina que poderá ser…
Ana Oliveira

Um dos últimos livros que li. É em português. Há quase 5 anos que não leio nada nesta língua.

É como o toque do tambor vindo das profundezas, e caminhamos em direção ao som, para a floresta, bebemos da fonte sagrada e somos transportados para as profundezas da terra, para o ventre da Grande Serpente Mãe-Deusa.

Uma fonte de inspiração para aumentar os nossos esforços na criação de relações simbióticas com os espíritos antigos da terra; aqueles que guardam o conhecimento ancestral. Os guardiões dos sussurros intemporais que ecoam as vozes de gerações.

Arith Harger

Entrar em casas cheias de memórias… e sentir a labuta das mãos entre cirandas, púcaros, vasilhas e panelas – desde o artesão à alquimista do nutrir.

Porque as mãos “não são apenas capazes de construir ferramentas; são também talismãs de profunda reverência ao mundo sensível envolvente, um cosmos vivo incrustado nas dimensões de cada dedo. São também mãos guardiãs, cuidando e nutrindo umas para as outras, semeando, moldando, tecendo, acariciando e segurando. Estas mãos também reproduzem e criam ritmos, pulsos e melodias antigas. Elas sabem cantar.”* E eu bem que as ouvi…

* Dos maravilhosos Contos da Serpente e da Lua, oferecidos pela @serpentedalua

Mónica Santos

Doula

Amo estórias, vivo para elas. Desde criança que passo horas a ler e a deleitar-me com estórias, a imaginá-las e a escutá-las. Sei, hoje, que a Vida é uma imensa teia de estórias que se interligam e suportam, e que são as estórias que dão fundamento a toda a nossa existência. Podemos chamar-lhes mitos, lendas, ideologias, romances, contos ou narrativas. Podemos encantar-nos com elas ou desconsiderá-las. Porém,  elas são os nossos ossos. Fazem parte de nós, de uma forma tão instintiva e primordial como o nosso ADN. Então, venho partilhar o trabalho extraordinário de recuperação das estórias enquanto matriz de construção pessoal, colectiva e sistémica que é apresentado pela Sofia Batalha @serpentedalua neste seu livro, que tem tanto de investigação a um nível académico de topo, quanto de beleza encantadora típica dos contos de fadas. E com as belíssimas ilustrações da @carolinamandragora
Vale muito a pena ler.

Patrícia Rosa-Mendes

Terapeuta Transpessoal

🌳 Vários livros de diversos territórios, lugares de resgate da polimorfa Imanência. 

Peregrinações caleidoscópicas em profundidade, às raízes da identidade moderna, em todos os seus preconceitos, intrínseca violência e absurdas limitações. Diferentes jornadas de amor pela poesia da complexidade, da diversidade e da metamorfose. Tecelagens de histórias vivas que nos recordam do que esquecemos, da sacralidade do chão e da Vida. Complementos ao vício da transcendência, em rigor e responsabilidade.